Por 9 votos a 0, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) rejeitou o pedido do Palmeiras de anulação do jogo contra o Internacional, realizado dia 27 de outubro, no Beira-Rio. O clube paulista alegava interferência externa na arbitragem no momento do gol anulado de Barcos, que mandou a bola para as redes com a mão, mas o tribunal entendeu que não houve provas suficientes. O julgamento, realizado nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, durou quase três horas.
O time alviverde foi ao julgamento do pedido de impugnação do jogo contra o Internacional, em que o time gaúcho venceu por 2 a 1, realizado há duas rodadas em Porto Alegre, com o presidente Arnaldo Tirone, o gerente de futebol César Sampaio, o advogado José Mauro Couto e o centroavante Barcos.
A justificativa do Palmeiras é que o gol ilegal marcado por Barcos, que tocou com a mão para vencer o goleiro Muriel, foi anulado de forma que não respeita a lei do futebol, já que a arbitragem se usou de informações provenientes de quem viu a jogada pela televisão.
A acusação mostrou o vídeo no qual a repórter da TV Bandeirantes, Tayná Rodrigues, diz que o delegado do jogo, Gérson Baluta, pergunta aos repórteres se foi mão ou não.
O juiz do confronto, Francisco Carlos Nascimento, se defendeu e afirmou que, assim que a bola entrou na meta, o quarto árbitro o informou que foi feito o gol com a mão: "Não foi mais que 12 segundos".
Tiago Leme/ESPN
Barcos e César Sampaio em julgamento no STJD
O advogado do Inter, Daniel Cravo, defendeu a arbitragem: "É quase uma leviandade dizer que três profissionais vieram aqui mentir (em relação ao delegado e árbitros), em troca de aceitarmos notícia da imprensa. Poderia trazer aqui 400 outras notícias que diriam outra coisa a respeito do fato."
Relator do processo, Paulo Schmitt garantiu que o caso só é motivado pela situação do Palmeiras na tabela do Campeonato Brasileiro ocupa a 18ª colocação, sete pontos atrás do Bahia, primeiro time fora da zona de rebaixamento, restando quatro rodadas para o fim da competição: "O máximo que o Palmeiras deveria ter pedido era a validação do gol, e não sua anulação. Esse pedido é um absurdo. Se isso acontecer tem que pegar o boné e ir embora. Não há prova do uso da tecnologia."
O voto de Schmittt contra a anulação do jogo foi acompanhado pelos outros oito procuradores do STJD, além do presidente Flávio Zveiter.
Como o resultado da partida estava sub júdice, agora o Internacional garante os três pontos na tabela de classificação do Brasileiro e fica com 51, enquanto o Palmeiras segue com 33 pontos, muito próximo do rebaixamento.
Após a decisão por unanimidade, o presidente palmeirense Arnaldo Tirone lamentou a derrota desta quinta-feira no tribunal. "A gente fica chateado, porque entendemos que a maneira que foi feita a anulação do gol, com interferência externa, não foi correta. Sabia que ia ser difícil conseguir, mas não era impossível. Mas acho que isso não vai abalar nossos atletas, precisamos nos motivar para tentar vencer no domingo o Fluminense", disse Tirone.
Já o delegado da partida em Porto Alegre, Gérson Baluta, que era acusado pelos alviverdes de ter ilegalmente passado a informação ao árbitro, comemorou o desfecho. "Estou aliviado agora que tudo foi esclarecido. Não houve nenhuma interferência, não conversei com ninguém no momento daquele lance".
Fonte: MSN Esporte/Cidade News Itaú